Hora de se reconciliar com o passado.
A alucinação de Daniel dessa semana teve mais significados que qualquer outra. Sim, semana passada falei da projeção que ele teve sobre si mesmo sem a esquizofrenia, e ainda houve aquela outra de si mesmo mais jovem, antes da crise que marcou sua vida. Mas nenhuma delas se comparou ao peso que alucinar com a sua mãe que, ao decorrer do episódio, descobrimos ter morrido e consequência do câncer.
Dessa forma, a jornada de Daniel em Neuropositive - assim como a mensagem central do episódio - é a de perdão de si mesmo.
Por isso vimos Phil pedir perdão à mãe daquele rapaz que ele atropelou e tirar a vida, ou o arrependimento do médico de Phil que se transformou em homicídio culposo. Em todos esses casos a pessoa não foi capaz de perdoar a si mesmo e por isso foram em busca do outro, quando esse perdão não veio.
Da mesma forma, Daniel não pode buscar o perdão de sua mãe, pois essa já estava morta. Mas a manifestação dela em forma de alucinação foi um modo de Daniel deixar para trás aquilo que ele condenava em si mesmo, mas que eram atitudes compreensíveis para um garoto de 20 anos que fazia de tudo para não permitir a partida da mãe. E, mesmo assim, ele se considerava responsável pela morte dela.
Outros temas abordados pelo episódio foram o erro de diagnóstico e os tratamentos naturais para doenças dessa natureza. E um acerto do episódio foi não omitir julgamento sobre nenhum deles, apenas apresentando-os e mostrando que tanto a ciência quanto a fé podem não ser a solução ideal, e que a hora de todos chega. Mais uma vez, olhando para a história de Daniel, vemos que não havia nada que ele pudesse fazer para impedir, porque as coisas acontecem do jeito que devem ser.
Mais um excelente episódio apresentado por Perception. Caminhamos para a reta final da segunda temporada. Aguardemos seu desfecho.
E você, o que espera dessa parte final da temporada?
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