Covert Affairs não é mais a série que costumava ser.
Até a segunda temporada nós tínhamos uma série de espionagem que flertava loucamente com o gênero criminal que, trazendo a famosa fórmula do "caso da semana". Havia, sim, um desenvolvimento de cada personagem, especialmente Annie e suas habilidades de espiã, mas o foco eram os casos semanais.
A terceira temporada foi um marco fundamental na transição da série. Ela foi um teste para a introdução de arcos que unissem os episódios, apresentando um arco que foi até o episódio 11 e outro que foi até o episódio 16. O aumento de qualidade da série foi visível, mas Covert Affairs ainda tinha aquele resquício dos casos da semana.
E, mesmo diante de uma terceira temporada diferencial, creio que ninguém estava preparado para o que estava por vir nos dois episódios iniciais da quarta temporada de Covert Affairs.
Vamos foi um episódio repleto de informações e uma ótima introdução ao que essa temporada nos reserva. Dig for Fire serviu para começar a destrinchar e mostrar as mínimas informações, além de trazer ainda mais ação, em cenas que estão primando pela excelência.
Em Dig for Fire vimos as ramificações da saída de Arthur Campbell. A cena de Joan andando pelos corredores e sendo visada por todos foi emblemática nesse sentido. Aliás, o segredo de Joan não foi guardado por muito tempo: Annie foi testemunha dos enjoos matinais da chefe e logo ligou os pontos. E no confronto de Joan a Arthur, ela tratou de revelar que estava grávida.
Aliás, a crise no relacionamento Joan e Arthur - que nunca foi novidade - começa a lançar sua sombra sobre Auggie e Annie. Como bem sabemos, nenhum dos dois tem um histórico sólido de relacionamentos. Também sabemos que Auggie guarda algo de Annie, assim como Arthur guardava de Joan até esse momento. Sempre percebi que Arthur e Joan era uma espécie de projeção do relacionamento que Auggie e Annie tem agora, mas Covert Affairs se apodera ainda mais dessa analogia. A conversa dos dois no quarto de Auggie foi emblemática nesse sentido. O que mostra que o relacionamento não será somente flores nessa temporada.
Isso me lembra um pouco uma outra série de espionagem: Chuck. O grande desafio da série era manter o tom e administrar bem o relacionamento de Chuck e Sarah, e ela foi muito bem sucedida nisso, colocando conflitos e descobertas do casal, sem perder o foco da trama da série. É com alegria que vejo Covert Affairs ter o mesmo êxito, inclusive no que diz respeito aos futuros conflitos que eles certamente terão. É a certeza que o relacionamento dos protagonistas não ficará cansativo, e sim bem desenvolvido. Espero que meu palpite esteja certo.
Ainda há muita obscuridade nas intenções de Henry e no que Arthur anda realmente escondendo de todos. Esses dois personagens, até o momento, tem nas mãos o destino de todos. Foi justamente isso que, por exemplo, causou o embate entre Annie e Seth Newman que, até então, era só um cara interessado em Joan e de repente revelou-se conspirador junto com Henry Wilcox.
No final desse episódio vimos Henry pedir pela cabeça de Teo, sabendo que ele é filho de Arthur. Veremos o que Annie fará em relação a isso já que, como de costume, ela demonstrou a vontade de protegê-lo.
E você, também acha que a quarta temporada de Covert Affairs está com outros ares? Comente, traga suas impressões para nós!
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